POVO DE COMPLOLÂNDIA
De tanto ouvir a gritaria do pessoal da esquerda brasileira, o que fazem muito bem e com muita coordenação, resolvi tentar entender e estudar seus argumentos e ideias. Procurava encontrar provas razoáveis a respeito de suas denúncias e ao mesmo tempo compreender termos que eles adoram utilizar, como fascista.
Longe de me tornar um expert, acredito que não é difícil para qualquer um que realize semelhante experiência concluir que não existe qualquer possibilidade de conciliação entre eles e qualquer pessoa que defenda o capitalismo. Não sei se ocorre o mesmo com as esquerdas de outros países, pois acredito que há peculiaridades regionais. Mas nossa esquerda tem por realidade um mundo paralelo, como se fosse outro planeta, cujo nome batizei de Complolândia.
Para ajustar e justificar todas as encrencas que seus dirigentes e ídolos são pegos praticando, partem do principio que todas as instituições são viciadas: tribunais de justiça, promotorias, polícias, jornais e quaisquer meio de comunicação, repito, por definição na realidade de Complolândia, são parciais e comprometidas com seus inimigos. Normalmente os capitalistas que detém o poder há séculos. Essa também outra verdade por definição. Isso aplicado a todas esferas do governo: federal, estadual e municipal.
E não param aí, pois além de parciais e a serviço dos donos do poder capitalista, elas se juntaram num grande complô - daí o nome do planeta que inventei pra eles - numa grande conspiração para denegrir, perseguir e exterminar qualquer tipo de atitude proveniente de seus pares. Principalmente para derrubar e perseguir seus ídolos. Então não há como argumentar com eles pois, por premissa do mundo em que mentalmente vivem, todas as afirmações e provas levantadas contra seu grupo são viciadas e portanto inválidas. Em Complolândia, se necessário, essa conspiração pode ser até mesmo internacional, envolvendo instituições de vários outros países, desde que publiquem ou emitam por qualquer forma opinião contrária às necessidades ou interesses do povo de Complolândia.
Pelo que entendi do que pesquisei, o fascismo tem por característica ser o único dono da verdade e massacrar a oposição - literalmente. Sendo assim, todos que não pensam como os detentores do poder num regime fascista são pessoas desprezíveis que só querem o mal para a população, são os outros, são os inimigos. Engraçado que é justamente esse o tipo de comportamento que mais me chama atenção na nossa esquerda, ou em outras palavras: eu vejo seu comportamento claramente como fascista.
Mas essa é outra característica que descobri em minha pesquisa que reforça qualquer impossibilidade de se encontrar um meio termo entre nossa esquerda e "os outros": normalmente tudo o que nossa esquerda acusa seus inimigos de serem ou fazerem, também é exatamente o que o outro lado pensa deles. Ou seja, temos duas partes acusando uma â outra como se se olhassem num espelho.
Assim, a esquerda brasileira se auto-alija de fazer parte daqueles que tentam encontrar soluções e saídas para o país, pois só aceitariam participar do "seu" país, no planeta de Complolândia.
Cãosumidor Brasileiro
sábado, 7 de janeiro de 2017
quarta-feira, 23 de março de 2016
VITTORIO MEDIOLI A confiança decepcionada
Encontrei este artigo do ex-deputado e empresário Vittorio Medioli, publicado no SUPER NOTÍCIA, que leio sempre. Ele conseguiu colocar em palavras o que eu pensava, de forma muito definitiva. Espero que me perdoem não ter pedido consentimento prévio, mas deixo bem claro a fonte, o autor e a data do texto opinião.
Quando acaba a confiança em suas ações, encerra-se de imediato a questão. Não precisa criminalizar ninguém ou encontrar mazelas do mandatário. Novas eleições ou novo pacto substituem o que se esvaziou.
O chefe de governo, cessando a confiança da maioria, apenas renuncia automaticamente. Limpa suas gavetas e volta pra casa sem apelação. Pode polemizar e dizer o que quiser, concorrer a novo mandato ou se retirar da vida pública. Não precisa provar delitos ou crimes; a falta de confiança, manifestada por maioria ou apenas por derrota de suas propostas legislativas, encerra sua autoridade. O mandato apenas se esvazia, seca, até cair no vazio.
Já na antiga Roma, a perda de confiança do imperador, quando anunciada por um emissário credenciado, permitia ao destituído um curto momento para cortar as veias numa banheira de água quente, antes que a execução se consumasse por um carrasco qualquer em praça pública. Nero “destituiu” dessa forma Sêneca, seu “primeiro-ministro”.
A destituição do cargo de chefe do Executivo no Brasil não tem uma liturgia definida. Rito confuso e demorado. Ocorre por vias necessariamente traumáticas e depois de longas batalhas jurídicas.
O presidencialismo tupiniquim, embora existam bons presidencialismos no planeta, é papal, messiânico, concede tudo e não cobra nada. A ausência de uma fórmula de revogação automática, que se daria pela falta de confiança, impõe o rito primitivo por imputação de crime, por falta de decoro, desconsiderando pecados de má administração.
O fracasso, o aniquilamento da economia e da república não entram na lista das razões que levam à perda do cargo conquistado nas urnas. As urnas concedem ao investido a presunção da infalibilidade, da inviolabilidade, concedem-lhe qualquer poder e poucas responsabilidades. No limite do absurdo, ninguém veta ao eleito trancar-se dentro de um palácio e se deleitar no jardim com éguas e cavalos até expirar seu mandato.
O eleitor passa a ser refém de seu voto por anos desesperadores.
É necessário mover montanhas para caçar um prefeito, governador ou presidente. E, pior, a decisão depende de parlamentares muitas vezes maculados pelos mesmos pecados.
Um presidente que tome dezenas de decisões catastróficas, cercado de incompetentes e de uma montanha de apaniguados inúteis, de corruptos, ainda que venha a destruir a economia nacional, produzir milhões de desempregados, não poderá ser afastado de suas funções.
Collor, com a inflação em 80% ao mês, o Brasil mergulhado na catástrofe, na corrupção, perdeu o cargo quando apareceu um carro popular pago com um cheque do tesoureiro de campanha. Ter arrebentado o país não foi o motivo. Sem esse cheque, continuaria no Planalto, Itamar não assumiria, e o Plano Real não salvaria o Brasil.
O sistema brasileiro confia na sorte. Protege a incompetência e a irracionalidade. A importância de um programa de governo é nula, no sistema vale mais um João Santana do que um Winston Churchill.
A falsidade ideológica em campanha é perdoada. Valoriza-se mais o rótulo, o jingle, do que o conteúdo do candidato. Na hora de tragar o que estava atrás do rótulo vêm a surpresa e a impossibilidade de se esquivar.
O sistema presidencialista no Brasil faliu. Mostra limites estreitos, não dá à nação a possibilidade de revogar os mandatos, de interrompê-los por justa causa, por falhas no alcance das metas ou pelos resultados insuficientes.
Como a Lei de Responsabilidade Fiscal, tão contestada no momento da sua aprovação, se transformou num importante instrumento de defesa do erário, precisa-se vincular o eleito ao cumprimento de metas. O mandato não pode ser incondicionado, representar um cheque em branco que se presta a qualquer estelionato.
No Brasil, as formas para interromper um mandato que fracassa são improváveis e de custo social muito elevado. Nos últimos 70 anos, tivemos interrupções por golpe, suicídio, renúncia, impeachment. Podemos e devemos ter, no Brasil, outras vias mais práticas e democráticas.
Como a folha que cai e abandona a árvore que a gerou, assim o chefe de um Executivo não precisa ser arrancado. Sua incompetência, seu descompromisso, seus estragos são motivos para tirá-lo sem tumulto, para retirá-lo do cargo a qualquer momento.
Cessariam a arrogância e o distanciamento do cínico poder a que assistimos.
As atenções, mais que aos partidos e aos parlamentares, ou à discussão de privilégios e negociatas, se voltariam para quem paga a conta, a população. Essa falha já custou caro demais ao Brasil.
PUBLICADO EM 13/03/16 - 03h30 no
jornal O TEMPO e em 20/03/2016 no SUPER NOTÍCIA
No sistema parlamentarista, o
governo cai quando perde o apoio da maior parte do Legislativo.
Quando acaba a confiança em suas ações, encerra-se de imediato a questão. Não precisa criminalizar ninguém ou encontrar mazelas do mandatário. Novas eleições ou novo pacto substituem o que se esvaziou.
O chefe de governo, cessando a confiança da maioria, apenas renuncia automaticamente. Limpa suas gavetas e volta pra casa sem apelação. Pode polemizar e dizer o que quiser, concorrer a novo mandato ou se retirar da vida pública. Não precisa provar delitos ou crimes; a falta de confiança, manifestada por maioria ou apenas por derrota de suas propostas legislativas, encerra sua autoridade. O mandato apenas se esvazia, seca, até cair no vazio.
Já na antiga Roma, a perda de confiança do imperador, quando anunciada por um emissário credenciado, permitia ao destituído um curto momento para cortar as veias numa banheira de água quente, antes que a execução se consumasse por um carrasco qualquer em praça pública. Nero “destituiu” dessa forma Sêneca, seu “primeiro-ministro”.
A destituição do cargo de chefe do Executivo no Brasil não tem uma liturgia definida. Rito confuso e demorado. Ocorre por vias necessariamente traumáticas e depois de longas batalhas jurídicas.
O presidencialismo tupiniquim, embora existam bons presidencialismos no planeta, é papal, messiânico, concede tudo e não cobra nada. A ausência de uma fórmula de revogação automática, que se daria pela falta de confiança, impõe o rito primitivo por imputação de crime, por falta de decoro, desconsiderando pecados de má administração.
O fracasso, o aniquilamento da economia e da república não entram na lista das razões que levam à perda do cargo conquistado nas urnas. As urnas concedem ao investido a presunção da infalibilidade, da inviolabilidade, concedem-lhe qualquer poder e poucas responsabilidades. No limite do absurdo, ninguém veta ao eleito trancar-se dentro de um palácio e se deleitar no jardim com éguas e cavalos até expirar seu mandato.
O eleitor passa a ser refém de seu voto por anos desesperadores.
É necessário mover montanhas para caçar um prefeito, governador ou presidente. E, pior, a decisão depende de parlamentares muitas vezes maculados pelos mesmos pecados.
Um presidente que tome dezenas de decisões catastróficas, cercado de incompetentes e de uma montanha de apaniguados inúteis, de corruptos, ainda que venha a destruir a economia nacional, produzir milhões de desempregados, não poderá ser afastado de suas funções.
Collor, com a inflação em 80% ao mês, o Brasil mergulhado na catástrofe, na corrupção, perdeu o cargo quando apareceu um carro popular pago com um cheque do tesoureiro de campanha. Ter arrebentado o país não foi o motivo. Sem esse cheque, continuaria no Planalto, Itamar não assumiria, e o Plano Real não salvaria o Brasil.
O sistema brasileiro confia na sorte. Protege a incompetência e a irracionalidade. A importância de um programa de governo é nula, no sistema vale mais um João Santana do que um Winston Churchill.
A falsidade ideológica em campanha é perdoada. Valoriza-se mais o rótulo, o jingle, do que o conteúdo do candidato. Na hora de tragar o que estava atrás do rótulo vêm a surpresa e a impossibilidade de se esquivar.
O sistema presidencialista no Brasil faliu. Mostra limites estreitos, não dá à nação a possibilidade de revogar os mandatos, de interrompê-los por justa causa, por falhas no alcance das metas ou pelos resultados insuficientes.
Como a Lei de Responsabilidade Fiscal, tão contestada no momento da sua aprovação, se transformou num importante instrumento de defesa do erário, precisa-se vincular o eleito ao cumprimento de metas. O mandato não pode ser incondicionado, representar um cheque em branco que se presta a qualquer estelionato.
No Brasil, as formas para interromper um mandato que fracassa são improváveis e de custo social muito elevado. Nos últimos 70 anos, tivemos interrupções por golpe, suicídio, renúncia, impeachment. Podemos e devemos ter, no Brasil, outras vias mais práticas e democráticas.
Como a folha que cai e abandona a árvore que a gerou, assim o chefe de um Executivo não precisa ser arrancado. Sua incompetência, seu descompromisso, seus estragos são motivos para tirá-lo sem tumulto, para retirá-lo do cargo a qualquer momento.
Cessariam a arrogância e o distanciamento do cínico poder a que assistimos.
As atenções, mais que aos partidos e aos parlamentares, ou à discussão de privilégios e negociatas, se voltariam para quem paga a conta, a população. Essa falha já custou caro demais ao Brasil.
domingo, 13 de março de 2016
O DEFEITO PERFEITO NO CÉREBRO
Ontem assisti a um filme do qual gostei muito:
O Jogo da Imitação. É o nome de um dos trabalhos acadêmicos do grande
matemático inglês Alan Turing.
Alan Turing é um dos pais da computação. A
máquina que desenvolveu, para decifrar a criptografia utilizada pela Alemanha
durante a 2ª Guerra Mundial, é considerada um dos primeiros computadores. A
teoria de seu funcionamento é utilizada até hoje nos livros da área e recebeu o
nome de “máquina de Turing”, em sua homenagem.
Turing é um dos gênios matemáticos que passaram
pela Terra, tão precoce quanto outros nomes famosos. Tem-se oportunidade de
conhecer em detalhes, através do filme, como pensa e se relaciona com o mundo
uma pessoa que tem esse dom que é ao mesmo tempo uma maldição.
Fiquei emocionado ao descobrir que conseguiram colocar num filme, de maneira muito realista, as dificuldades de adaptação à vida real de pessoas assim, de pessoas como eu. Os filmes a respeito de matemáticos famosos a que havia assistido, até agora, nunca conseguiram captar esse ponto de vista com realismo.
Costumo dizer que, para fazer o que fazemos,
para gostar do que gostamos, é preciso nascer com o defeito certo no cérebro. Somente
a idade me mostrou que as dificuldades de convivência social que sentia proviam
desse defeito perfeito.
Acredito ser essa a causa de uma desistência em
torno de 50%, nos cursos da área de informática, logo no primeiro ano. Muitos
do público que gosta de videogames pensam ter aptidão para a carreira, mas logo
descobrem que os desafios inerentes à área exigem um ajuste a mais de alguns parafusos,
que nem todos têm. Até parafusos tortos parecem ajudar.
Ele nos permite sentir extremo prazer ao passar
horas e horas tentando decifrar ou descobrir uma solução para um problema
lógico, matemático. Praticamente não há frustração nessa busca. É uma obsessão incontrolável
que derrama serotonina o bastante para fazer com que o cansaço só seja
percebido após muitas horas de esforço mental. E só há prazer em recomeçar no
dia seguinte.
Mas ao mesmo tempo, como ficou bem demonstrado
no filme, a convivência social se torna um fardo. O relacionamento com as
pessoas precisa ser estudado, conceituado e rotulado, como acontece com Turing
no filme, para que consigamos dar alguns passos, enquanto a maioria das pessoas
já andaram várias quadras. Como um ET, relacionar-me com as pessoas é um aprendizado muito mais difícil do
que qualquer problema matemático com que já tenha me deparado.
domingo, 6 de março de 2016
O VALOR DA PALAVRA NO BRASIL E SUA CONSEQUÊNCIA PARA A CORRUPÇÃO
Qual o valor da palavra na cultura brasileira?
Eu penso que é pouco. Muito pequeno.
É um atributo tão raro e, por assim dizer,
inesperado, que indivíduos que a têm são guardados nas histórias que o povo
espalha pelo tempo.
Como sempre, o governo é sempre apontado pelos
maus exemplos. Mas, afinal, não se poderia esperar nem exigir um comportamento
da população que o próprio governo não pudesse exemplificar. Principalmente
quando algum político é pego e encarcerado pela justiça, recebendo uma indevida
propina. Mas depois de analisar a culpa do governo no caso específico do peso
deu sua palavra, conclui que ele é um professor muito didático para o mau
comportamento dos brasileiros.
Não é nem pelos casos de corrupção que se
multiplicam em tempos de lava jato. O contato da população com a falta de
palavra do governo é muito mais explícita e numérica. Toda vez que um paciente
procura um posto de atendimento médico, conhecidos hoje por UPA (Unidade de
Pronto Atendimento) e não consegue ser atendido, seja pela falta de médico,
medicamento ou alguma greve da ocasião, ele sente na pele a falta de palavra do
governo.
Porque o governo disse a todos nós que, se
pagássemos impostos, teríamos atendimento médico gratuito, segurança pública e escolas. E cada
falha nesses serviços, às quais os brasileiros são submetidos diariamente, 365
dias por ano, demonstra que o governo não tem palavra. Hora, de quem poder-se-ia
e dever-se-ia esperar o principal exemplo? E, na prática, qual o exemplo que
está sendo dado? De que a palavra não tem valor algum.
Essa quebra de contrato, essa falta de palavra
não é tão explícita quanto em outros casos como o da farsa da redução no valor
da conta de energia elétrica, por exemplo. Nesse caso, a grande maioria da população
sequer desconfiou da brutal quebra de contrato que o governo praticou, pois não
ocorreu diretamente com ela, mas com as distribuidoras e geradoras de energia.
Mas é outro típico exemplo de falta de palavra. Dessa vez prevista em contrato,
preto no branco. É uma das constantes reclamações dos investidores: recorrente
quebra de contratos por parte dos governos brasileiros, incluindo estados e municípios.
Mas como a psicologia apregoa e nossa
experiência comprova, o exemplo ensina. E quando o governo falha ou deixa de
fornecer uma necessidade básica à população, como o carro quebrado por um
buraco na estrada ou a demora de 2 horas para chegar em casa depois do serviço,
através do transporte público, mesmo que subliminarmente é isso que o governo
está ensinando à população: no Brasil a palavra não vale nada.
Fica difícil esperar, então, uma real e
quantificável mudança de atitude, de cultura, no que diz respeito à corrupção.
Afinal, o valor da palavra, e por consequência seu cumprimento, não é a espinha
dorsal da moralidade?
Antes que alguém ponha palavras em minha boca, esclareço: isso não é uma desculpa para quem não resiste ao canto da sereia Propina. Honestidade, como outros valores morais importantes, vem de berço, que só uma família estruturada ou ao menos um pai ou uma mãe seguros como o mastro de um navio conseguem transmitir. Mas como família, na verdadeira acepção da palavra, é artigo de luxo nesses fins de tempos, um governo sem palavra pode ser o empurrão que faltava na beira do precipício.
Antes que alguém ponha palavras em minha boca, esclareço: isso não é uma desculpa para quem não resiste ao canto da sereia Propina. Honestidade, como outros valores morais importantes, vem de berço, que só uma família estruturada ou ao menos um pai ou uma mãe seguros como o mastro de um navio conseguem transmitir. Mas como família, na verdadeira acepção da palavra, é artigo de luxo nesses fins de tempos, um governo sem palavra pode ser o empurrão que faltava na beira do precipício.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
NETLIX NA TV DE CASA
Assistir NETFLIX
na TV de casa
Esse texto reúne o
conhecimento que adquiri para alcançar o objetivo exposto no título. Mesmo que
você já tenha NETFLIX na sua TV, poderá encontrar informações interessantes. Eu
falo a respeito dos pendrives tipo Chromecast na última parte do texto.
NETFLIX é uma empresa e também o
nome de um site na internet que disponibiliza vasto conteúdo de filmes e
seriados. Para acessar esse conteúdo é preciso ter acesso à internet. Portanto
o primeiro caminho óbvio para assistir a qualquer filme desse arquivo é um
computador com acesso à internet. Faz-se a inscrição no site, informando dados
pessoais e forma de pagamento. Também é necessário ter um mínimo de velocidade
de internet, que não precisa ser grande coisa, graças ao Silverlight, um
programa da Microsoft que compensa a qualidade da imagem para que se possa
assistir aos filmes sem interrupções.
Mas o diferencial que os
aficionados querem é poder assistir ao conteúdo na TV de casa. Pensando nisso,
as indústrias de TV lançaram o que ficou batizado de smart TVs. Uma smart TV possui uma
entrada que permite a ela conectar-se à internet, seja por fio, geralmente azul ou cinza, com conector RJ45, ou sem fio,
via wifi. Essa conexão pode ser feita também utilizando-se outros aparelhos,
como DVDs, Blue-rays e playstations.
Portanto o conceito smart
aplica-se também a esses outros tipos de aparelhos.
Apesar desse conceito ter se
tornado famoso após 2010, muitos aparelhos já vinham com possiblidade de
conexão à internet antes dessa data. É o caso da minha TV SONY modelo KDL‑40EX505
. Portanto a maneira mais prática de descobrir se seu aparelho possui ou não
conexão à internet é simplesmente procurar atrás dele a popular conexão modelo
RJ45.
Se você possui um cabo de
internet disponível próximo à TV, você já deu o primeiro passo para ter NETFLIX.
Basta conectar o citado cabo á sua TV e pegar o manual para saber qual botão no
controle remoto apertar para iniciar o acesso. Caso contrário, o jeito vai ser
via wifi, aí é um pouco mais complicado.
Nem todo Smart possui acesso ao NETFLIX
Antes de continuarmos, um alerta muito
importante: nem todo aparelho classificado como smart possui acesso ao NETFLIX.
Vou destrinchar essa história mais à frente. Mas fica o alerta: pergunte ao
vendedor e, de preferência, faça-o mostrar pra você na tela do aparelho o ícone
NETFLIX. Há modelos atuais que acessam a internet mas NÃO oferecem acesso ao NETFLIX. Alguns já dizem isso na propaganda ou
na descrição do produto.
Acessando via wifi
Para acessar a internet via wifi
você vai precisar de um pouco mais de conhecimento e paciência. Se puder, deixe isso nas
mãos de pessoas da geração Y J.
E apele muito para o youtube que possui alguns bons vídeos sobre o assunto.
No caso da minha TV, seria
necessário conectar um pendrive fornecido pela própria SONY – USB UWA-BR100 –
que custa a bagatela de R$ 900,00 no Mercado Livre. Não, não é roubo, é o dólar
caro mesmo. Na amazon americana ele custa US$ 175,00, com o dólar a 4 reais
=> R$ 700,00, sem somar o custo de envio. Os modelos mais atuais não
precisam de nenhum complemento. Basta entrar nas opções do fabricante e
informar qual conexão wifi usar, desde que você saiba a senha dessa conexão,
que será pedida logo em seguida. Há vários vídeos no youtube ensinando como
fazer isso, dependendo do modelo de sua TV.
No meu caso optei por um sistema
misto. Explico: comprei um repetidor de wifi, que pode ser encontrado em
qualquer loja de equipamento eletrônico, e o conectei à TV via cabo RJ45. Então
o sistema da TV “pensa” que está conectado à internet via cabo e não via wifi,
o que simplifica tudo. Esse repetidor custou R$ 170,00.
Repetidor modelo Tp-link
TL-WA854RE:
Esse modo de conexão serve para
qualquer modelo de TV. O único conhecimento necessário aqui é configurar o repetidor,
que é bastante simples através do manual que o acompanha. Há vários modelos de
repetidores disponíveis no mercado. Recomenda-se apenas que seja comprado um
modelo que forneça 300 mbps de velocidade.
Finalmente o
NETFLIX
Na minha TV, para acessar diretamente
o conteúdo disponível via internet, tenho duas teclas no controle remoto: HOME e
internet vídeo. Contudo, embora minha TV acesse vários conteúdos da internet, a
critério da SONY, o NETFLIX não é um deles. Provavelmente questões contratuais
entre as empresas. A SONY divulgou uma nota informando que disponibilizaria o NETFLIX
em todos os seus aparelhos lançados a partir de 2012. Então meu blue-ray player
da SONY, adquirido em 2012, possui NETFLIX. O jeito é liga-lo à TV e assistir
através dele. Minha TV foi comprada em 2010.
Como se vê no diagrama acima, a
conexão do blue-ray com a TV é feita via HDMI. Para acessar o NETFLIX no
blue-ray, tenho que entrar numa opção que a SONY chamou Qriocity (êta nome
feio!). Dentro dessa opção tenho acesso a todos os serviços ou sites
disponibilizados pela SONY. Cada fabricante provavelmente deve ter um pacote
específico, ou seja, os sites que consigo acessar na minha SONY não devem ser os
mesmos dos televisores LG e assim por diante.
Hoje existe um computador dentro
de cada aparelho eletrônico. Na memória pré-gravada de minha TV, em algum lugar
de um de seus computadores internos, encontram-se os sites que a SONY
disponibilizou e somente eles. Não é possível ao usuário acrescentar nem
excluir outros, somente a SONY pode fazer isso através de uma atualização que
ela faz quando o aparelho está conectado à internet. Tanto minha TV quanto meu
blue-ray fizeram atualização de seus softwares automaticamente depois de
conectados. Encontrei na internet alguns modelos de TV SONY que permitem que o
usuário acrescente ou exclua os sites disponíveis, mas não sei se esses modelos
sequer estão disponíveis no Brasil. Por isso alertei no começo a respeito da
importância de se certificar da disponibilidade ou não do acesso ao NETFLIX
quando for pesquisar por um aparelho. Apenas
a característica smart não garante isso.
Um outro exemplo é o acesso ao
conteúdo do site YOUTUBE. Embora o ícone apareça tanto na minha TV quanto no
blue-ray player, uma mensagem informa que o google proibiu o acesso a ele. O
mesmo acontece com alguns outros ícones que, imagino, pertencem a sites que não
existem mais. Mas para 99% das pessoas o que interessa mesmo é assistir ao
conteúdo do NETFLIX.
Outras maneiras
de acessar o NETFLIX
Existem hoje no mercado diversos
pendrives que conectam qualquer TV ao NETFLIX, desde que ela tenha pelo menos uma entrada USB. O mais famoso é o Chromecast.
Outros nomes: Easycast, Anycast, etc. Aconselho a utilização desses aparelhos
apenas por pessoas da geração Y J
ou somente se você sente prazer em pesquisar e testar muito. Adquiri um chamado
Anycast numa loja de equipamentos eletrônicos e me dei mal, pois as instruções
são insuficientes e o aparelho parou de funcionar quando finalmente achei que
tinha descoberto como configurá-lo. Só consegui entender depois de assistir a um
vídeo no youtube. Além disso esse tipo de equipamento exige o auxílio de um
celular ou um tablet. Não sou contra sua utilização, conheço pessoas que
utilizam o Chromecast e vão muito bem obrigado. Mas como esse texto é a minha
impressão, não recomendo. Joguei R$ 150,00 fora. Quem quiser tentar, o Anycast
está disponível aqui em casa J.
Finalmente, existe uma terceira
opção que me agrada talvez até mais do que as que descrevi até aqui. Encontrei
um aparelho, de fabricação nacional, que transmite vídeo e áudio sem fio,
conectando-se com a fonte através de conectores RCA. É preciso selecionar na TV
um canal sem nenhuma transmissão na região, como os canais 12 ou 20. O aparelho
então vem configurado para transmitir nesses canais. Eu ainda não recebi o
aparelho e assim que o testar informo minha impressão. O esquema passa a ser o
seguinte:
Como se pode ver, o computador
ligado à internet pode acessar todo e qualquer conteúdo da WWW. Com isso não
ficamos restritos apenas ao conteúdo disponibilizado pelos aparelhos smart (TV,
blue-ray, playstation, etc.). A qualidade da imagem transmitida pelo aparelho,
contudo, não será hd (high definition), pois a resolução de um conector RCA não passa de 720
x 480, quase igual aos antigos vídeos de computador. Todavia, alguns vídeos a
que assisti pela minha TV, nos sites permitidos pela SONY, tiveram resolução
ainda inferior, pois originalmente foram disponibilizados em baixa resolução. É
claro que esse não é o caso dos filmes disponíveis no NETFLIX que permitem até
qualidade HD – 1280 x 720. Porém essa qualidade vai depender totalmente da
velocidade da internet que se usa. Existe um artigo interessante sobre isso em http://www.tecmundo.com.br/filmes/13376-como-ver-os-filmes-e-seriados-da-netflix-sempre-em-hd.htm
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